A série It: Bem-Vindos a Derry chega para organizar o caos temporal do universo de Pennywise. Mais do que um simples derivado, a produção da HBO se posiciona como peça central na cronologia de It Bem-Vindos a Derry, conectando a mitologia dos filmes It: A Coisa e It: Capítulo Dois às novas camadas do Kingverso. Ao revisitar 1962, a trama explora racismo, Guerra Fria, trauma e horror cósmico enquanto prepara o terreno para eventos que os fãs já conhecem e outros que ainda estão por vir.
Para quem busca entender a It Bem-Vindos a Derry cronologia completa, a série funciona como um grande mapa que explica o passado da Coisa, a queda de Bob Gray, a origem de Ingrid Kersh e o impacto de Derry em personagens como Beverly Marsh e Dick Hallorann.
Derry em 1962: quando a cronologia começa a fazer sentido
Logo no piloto, It: Bem-Vindos a Derry aposta em um choque gráfico com o ataque de uma criatura bizarra em um cinema. A sequência divide opiniões, mas cumpre um papel importante: mostrar que Derry sempre foi um lugar preparado para o horror.
Em seguida, a série desacelera e começa a construir a base da cronologia de It Bem-Vindos a Derry:
- Conhecemos Matty Clements, o garoto que sonha em fugir da cidade.
- Surge um grupo que funciona como um pré-Clube dos Otários, com Lilly, Teddy, Phil, Susie e Ronnie.
- Chega também o major Leroy Hanlon, enfrentando racismo na base militar.
Aqui, o roteiro deixa claro que o mal em Derry não é só sobrenatural. O racismo estrutural e a histeria da Guerra Fria alimentam a mesma engrenagem de medo que fortalece Pennywise.
It Bem-Vindos a Derry cronologia do medo: trauma acima do susto fácil
Nos episódios seguintes, a série encontra um tom mais interessante. Em vez de apostar só em monstros digitais, o terror começa a refletir os traumas dos personagens.
Horror psicológico
- Ronnie tem um pesadelo com a mãe grávida, misturando culpa, perda e um corpo distorcido.
- Lilly vive uma sequência sufocante no supermercado, cercada por imagens grotescas ligadas à morte do pai.
Essas cenas fortalecem a It Bem-Vindos a Derry cronologia emocional: o medo não surge do nada, ele é construído a partir das dores dos personagens.
Racismo e Guerra Fria
- Charlotte Hanlon circula por um bairro branco que a rejeita.
- Hank Grogan vira alvo fácil de acusações depois da tragédia no cinema.
É nesse contexto que a série conecta a criatura da estrela Galloo ao clima social da época, alimentando a sensação de que Derry é um organismo vivo, corrompido há séculos.
Essas cenas trocam o choque gratuito por um horror mais psicológico. Paralelamente, o roteiro continua a explorar:
- o racismo, agora através dos deslocamentos de Charlotte Hanlon pelo bairro branco;
- e a atmosfera paranóica da Guerra Fria, com o Exército flertando com a ideia de transformar a criatura em uma “arma baseada no medo”.
CGI e Macroverso
Já o terceiro episódio pisa no acelerador dos efeitos digitais. A criatura aparece em diferentes formas, monstros surgem em sequência e boa parte do terror assume um tom mais “cartunesco”. Ainda assim, o núcleo adulto segura a onda:
- Dick Hallorann começa a ter sua “iluminação” explorada;
- a relação com Leroy se aprofunda;
- e flashbacks com Rose e o povo indígena revelam que a floresta de Derry já era temida muito antes da chegada dos militares.
Mesmo com o excesso de CGI, é nesse ponto que a série abre de vez a porta para o Macroverso de King.
Origem da Coisa: Galloo, pilares e o papel de Taniel
O quarto episódio tenta fazer duas coisas ao mesmo tempo: explicar a origem da criatura e avançar o drama humano.
Por um lado, temos Taniel, tomado pela iluminação de Hallorann, narrando a lenda de Galloo, o ser que caiu na Terra como estrela e ficou preso na região pelos fragmentos os famosos pilares. A sequência é longa, quase didática, mas estabelece:
- a origem extraterrestre (e além disso, interdimensional) da Coisa;
- a importância dos 13 pilares como prisão;
- e o vínculo antigo entre a criatura e o território de Derry.
Por outro lado, o episódio ganha força quando volta para o mundo real:
o racismo contra Hank Grogan, transformado em culpado automático pelo massacre no cinema, acende o alerta de Charlotte e alimenta a paranoia de Leroy, que passa a temer tanto os humanos quanto Pennywise.
Enquanto isso, o terror corporal de Marge, com olhos distorcidos e consequências diretas para Lilly, mostra como a série consegue ser perturbadora quando une psicologia e gore.
No quinto episódio, Rua Neibolt, 29, a temporada finalmente entrega o que os fãs esperavam: Pennywise na sua forma clássica, vivido por Bill Skarsgård. A expedição aos túneis revela:
- Matty como instrumento da criatura;
- o Exército descendo pela casa da Rua Neibolt tentando controlar aquilo que mal entende;
- e crianças usadas como peças em um jogo sádico nos esgotos.
Ao mesmo tempo, a manipulação de memórias – algo central no livro e nos filmes – começa a ganhar destaque. Derry esquece. Os personagens apagam. Mas a Coisa lembra de tudo.
Juniper Hill, Periwinkle e Overlook: por que “Em Nome do Pai” é crucial em It: Bem-Vindos a Derry
Já o sexto episódio, Em Nome do Pai, é um dos mais importantes da temporada. Ele costura vários elementos:
- Um prólogo em 1935, ambientado em Juniper Hill, antecipa a segunda temporada.
- Ingrid Kersh surge como enfermeira e amiga de Lilly, mas também como Periwinkle, a palhaça que tenta, de forma distorcida, se reconectar com o pai, o verdadeiro Bob Gray.
- O episódio mostra que Periwinkle tem participação direta na armadilha que transforma o Black Spot em palco de tragédia.
Além disso, a série finalmente converge seus núcleos:
- Marge inicia um arco de quase redenção, defendendo Lilly e se aproximando de Rich;
- Ronnie explode emocionalmente, pressionada pela prisão do pai;
- e Dick tenta lidar com a volta de sua capacidade de ver mortos – algo que o liga diretamente ao Hotel Overlook, de O Iluminado.
Ingrid Kersh, Periwinkle e a ponte com It: Capítulo Dois
No penúltimo capítulo, a série volta ainda mais no tempo.
Um flashback em 1908 mostra o circo chegando à cidade. Lá, vemos Bob Gray em carne e osso, se apresentando com a pequena Ingrid em um número que começa inocente e termina desconfortável. Pouco depois, a entidade atrai Bob para a floresta, o mata e assume sua identidade. A partir desse ponto, Pennywise não é só uma forma monstruosa: ele é a lembrança distorcida de um pai humano.
De volta a 1962, a ação se concentra no Black Spot, clube frequentado por soldados negros. A invasão racista, o fogo se espalhando e o desespero dos personagens transformam o episódio em algo que vai além do sobrenatural.
Pennywise aparece, claro, se alimentando do medo. No entanto, o verdadeiro horror vem:
- da violência racista dos “justiceiros”;
- da impotência de quem tenta salvar vidas;
- e da sensação de que Derry sempre protege o lado errado.
A morte de Rich, em meio às chamas, é um golpe duro que reforça o tom trágico.
Enquanto isso, Dick Hallorann salva quem consegue e finalmente localiza um dos pilares.
O problema é que, logo depois, a série escorrega na trama militar: o general Shaw revela um plano absurdo de usar a criatura como ferramenta de controle interno, como se liberar um devorador de crianças fosse solução política. A ideia até conversa com a relação entre medo e autoritarismo, mas soa caricata demais.
Black Spot: quando o horror humano supera o sobrenatural
No episódio final, It: Bem-Vindos a Derry mostra que estava guardando cartas importantes para a reta final.
Depois dos eventos do Black Spot e do confronto com Pennywise, Ingrid perde completamente o contato com a realidade ao descobrir que aquele palhaço não era o pai que ela idealizou por décadas. Ela é internada em Juniper Hill, onde antes trabalhava, e passa a viver como paciente – quebrada, traumatizada e assombrada.
A série então avança 26 anos no tempo, aterrissando em 1988, exatamente um ano antes dos eventos de It: A Coisa. Ingrid agora é interpretada pela mesma atriz de It: Capítulo Dois, fechando o círculo com os filmes.
É nesse ponto que testemunhamos:
- o corpo de Elfrida Marsh, mãe de Beverly, após o suicídio;
- o pai de Beverly, Alvin, devastado;
- e uma jovem Beverly Marsh, ruiva e ainda longe de se tornar a mulher que enfrentará Pennywise no futuro.
Essa sequência faz algo precioso: ela conecta diretamente a série aos filmes, ao mesmo tempo em que dá peso extra à cena do apartamento da Sra. Kersh em It: Capítulo Dois. De coadjuvante estranha, Ingrid se torna peça trágica da linha do tempo.
It Bem-Vindos a Derry cronologia completa: da estrela ao fim de Pennywise
Com a série, filmes e livro em mente, a It Bem-Vindos a Derry cronologia pode ser resumida assim:
A origem da Coisa: a estrela, Galloo e os primeiros ciclos
Muito antes de Derry existir, segundo a própria série, uma entidade conhecida como Galloo cai na Terra dentro de uma estrela. A partir disso, fragmentos permanecem no solo, funcionando como uma prisão natural para a criatura. Com o passar dos séculos, esse ser passa a se alimentar do medo humano e, consequentemente, desperta de forma cíclica.
Além disso, registros históricos indicam desaparecimentos em massa já no século 18. Portanto, fica evidente que o terror sempre esteve presente na região. Assim, Pennywise não surge do nada, mas se consolida como a face mais reconhecível de algo muito mais antigo.
1908: o circo, Bob Gray e o nascimento de Pennywise
Em 1908, nesse contexto histórico, um circo itinerante chega a Derry. Entre os artistas está Bob Gray, acompanhado de sua filha Ingrid. Inicialmente, o ambiente parece quase ingênuo. No entanto, tudo muda quando a entidade atrai Bob para a floresta, o mata e rouba sua identidade.
A partir desse momento, Pennywise nasce como o conhecemos. Dessa forma, o palhaço deixa de ser apenas uma manifestação aleatória do horror e passa a carregar uma história profundamente humana. Ao mesmo tempo, a série introduz o elo emocional que explicará a obsessão de Ingrid décadas depois.
1935: violência coletiva e o massacre da Gangue Bradley
Anos mais tarde, em 1935, Derry atravessa outro de seus ciclos mais sombrios. A Gangue Bradley é massacrada em praça pública enquanto Pennywise observa à distância. Nesse sentido, o horror não vem apenas da criatura, mas principalmente da própria população.
Consequentemente, a série reforça uma ideia central do universo de Stephen King: Derry se alimenta do mal humano. Assim, o medo coletivo se torna tão importante quanto a presença sobrenatural da Coisa.
1962: Guerra Fria, Black Spot e os eventos da série
Já em 1962, é justamente nesse ponto que se passa It: Bem-Vindos a Derry. Em meio à Guerra Fria, ao mesmo tempo em que a paranoia militar cresce, o racismo estrutural se intensifica na cidade.
Enquanto isso, personagens como Leroy e Charlotte Hanlon, Ronnie Grogan e Dick Hallorann enfrentam horrores que vão além do sobrenatural. Por exemplo, o incêndio do Black Spot mostra que o terror humano pode ser ainda mais devastador do que qualquer criatura.
Além disso, a descoberta dos pilares e o papel de Ingrid Kersh como Periwinkle tornam-se peças centrais dessa fase da cronologia.
1988–1989: o Clube dos Otários entra em cena
Anos depois, como consequência direta, o ciclo se repete. Pennywise retorna e encontra resistência no Clube dos Otários. Dessa vez, no entanto, a união das crianças consegue forçar a criatura a hibernar antes do esperado.
Portanto, os eventos retratados na série funcionam como uma preparação narrativa para essa vitória temporária. Inclusive, vários traumas apresentados em Bem-Vindos a Derry reaparecem de forma simbólica nos filmes.
2016: o fim do ciclo em It: Capítulo Dois
Por fim, 27 anos depois, Pennywise desperta novamente. Ainda assim, agora os antigos membros do Clube retornam adultos e enfrentam a Coisa de forma definitiva. Ao reduzir o monstro à insignificância, eles encerram um ciclo iniciado milênios antes.
Assim, a It Bem-Vindos a Derry cronologia se fecha de maneira coerente, conectando série, filmes e livro em uma única linha narrativa. Desse modo, a produção deixa de ser apenas um prelúdio e passa a ser um pilar essencial da franquia.
O que esperar das próximas temporadas de It: Bem-Vindos a Derry
A própria construção da It Bem-Vindos a Derry cronologia indica o futuro da série:
- 2ª temporada – 1935
Deve focar na Gangue Bradley, na violência coletiva e aprofundar o papel do povo indígena e dos pilares.
- 3ª temporada – 1908
Tem tudo para ser a temporada da origem completa: o circo de Bob Gray, a floresta, Galloo, os primeiros acordos silenciosos de Derry com o horror e, possivelmente, mais pistas sobre Maturin, a tartaruga cósmica inimiga da Coisa.
Como Pennywise existe fora das regras convencionais do tempo, ainda há espaço para a série mostrar a criatura tentando interferir no passado para evitar sua derrota futura – algo que a temporada já sugere em diálogos sobre Richie Tozier e o Clube dos Otários.
Conclusão: por que a cronologia de It Bem-Vindos a Derry importa
No fim, It: Bem-Vindos a Derry pode até ser irregular, mas a cronologia que ela estabelece é o grande trunfo da série. A produção:
- organiza a história da Coisa em linhas do tempo claras;
- transforma Ingrid Kersh, Periwinkle e o Black Spot em peças centrais;
- conecta Derry, Overlook, Juniper Hill e o Macroverso de Stephen King;
- e prepara um terreno fértil para novas adaptações.
Para quem é fã de Stephen King ou dos filmes de Andy Muschietti, acompanhar a It Bem-Vindos a Derry cronologia é quase obrigatório: é aqui que o passado, o presente e o futuro de Pennywise finalmente se alinham.
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