Moacyr Franco – Entrevista
Moacyr Franco em seu show, no teatro Juca Chaves, levou toda a sua alegria para os fãs que o acompanhou nos seus 53 anos de carreira. Com suas canções, que emocionou quem estava presente, relembrou histórias e lembranças inesquecíveis juntamente com o público.
A equipe do LazCult teve o privilégio de ter um bate-papo com o cantor, compositor, ator, comediante e grande artista brasileiro Moacyr Franco, para saber um pouco mais de sua histórias.
Música
Com 42 discos de Ouro, uma coisa raríssima no Brasil, ele está entre os 3 ou 4 maiores vendedores de discos premiados. Por ser artista de televisão era um cantor que fazia humor, apresentava e também cantava.
Qual a história da música “Nunca mais vou te esquecer”?
Essa música foi um acidente. Eu estava fazendo um long play na época, a gravadora tinha muito carinho comigo por vender bastante, e tinha uma música que eu compus para o Ari Toledo ai eu resolvi gravar e era uma coisa brincalhona, mas eu falava uma coisa que a censura não curtia então me cortaram. (risadas)
A orquestra estava no estúdio e eles não queriam pagar outro dia de orquestra. Então eu sai do estúdio e fui para a sala do diretor e falei “eu tenho aqui uma música que eu fiz para a minha esposa quando ela morreu”, ele me questionou sobre a introdução ai eu falei para colocar Torandot – uma opera do Putin, era só para preencher o long play. Quando chegou ao meio da música me veio essa frase “Nunca mais vou te esquecer” e comecei a cantar.
As suas mágoas e alegrias você sempre transforma em música como “Cartas na Mesa”?
Sim. Às vezes não fica bom, pois você fica muito presa as mágoas e as músicas se tornam chata. Mas também fica muito bom. Tem música que você faz profissionalmente e acaba saindo bonito como “Ainda ontem chorei de saudade”, que é um grande sucesso.
“Nunca mais vou te esquecer” e ”Pedágio” são músicas que eu fiz saindo de dentro do coração, sangrando.
De tudo o que faz em que mais se realiza realmente?
A coisa que eu faço melhor é escrever. Letra de música e principalmente humor, modesta parte eu sou bom e faço com facilidade. Estou a 12 anos na Praça é Nossa, onde interpreta o caipira Jeca Gay, e nunca repeti uma história e sempre criei outras.
Uma frase que te inspira?
A que eu gosto muito é sobre esperança. Eu era para ter parado por motivos de fracasso na década de 70 e de saúde umas três, quatro vezes e saquei a seguinte frase: “Eu sou um cego regando flores”.
Cinema
“Franco em 1960 cantou no filme “Vai que é mole” e como ator no “O Palhaço, que interpretou o divertido delegado Justo. Sua atuação rendeu o premio de Melhor Coadjuvante no Festival de Paulínia em 2011”.
Quando foi o seu primeiro contato com o cinema, não como ator?
“Com 15 anos de idade comecei a trabalhar como letrista no cinema, em Uberlândia, e fiquei fazendo isso durante cinco anos. Era uma época muito bonita do Rock Roll e me apaixonei por essas coisas. Lembro do primeiro dia que estreou o Cinerama, com o filme Sansão e Dalila. Entrei no filme de Zé Trindade e fiquei deslumbrado com o Rio de Janeiro, pois o cenário do cine brasileiro preto e branco era todo o Rio de Janeiro, e era fascinante aquela cidade”.
Você ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante no festival de Paulinia pelo filme “O Palhaço”, de Selton. Como foi ser reconhecido por algo em que estava estreando?
Tudo foi muito surpreendente para mim, primeiro por não sabia que estava concorrendo e muito mais por que eu entrei com menos de três minutos e concorri com todos os grandes atores do cinema do Brasil. Sem dúvida o cinema mudou muito a minha vida.
O filme aguçou o seu interesse pelo cinema brasileiro?
Muito, muito. Não só por querer ser ator ou aparecer na tela. Eu quero escrever e dirigir, pois acho que faço isso muito bem, não é o caso da direção de cinema.
Por: Isabela Calado
Foto: Karolina Ferreira
Foto: Karolina Ferreira
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