Campanha experimental, multiplayer afiado e Zombies renovado tornam BO7 um dos CODs mais completos dos últimos anos
Call of Duty: Black Ops 7 chega marcado por expectativa e responsabilidade. Depois de duas décadas de lançamentos anuais e um 2024 que reacendeu a força da subsérie, a Treyarch precisava provar que ainda tinha fôlego para inovar. E, surpreendentemente, conseguiu. BO7 entrega um pacote robusto, recheado de conteúdo e, sobretudo, disposto a experimentar — mesmo que isso signifique dividir opiniões.

Uma campanha que abraça o psicológico e foge do convencional
A campanha de Black Ops 7 não tenta repetir fórmulas antigas. Em vez disso, ela mergulha em um clima de guerra psicológica, explorando alucinações, distorções da realidade e cenários que lembram pesadelos controlados. Essa abordagem leva o jogador a 2035, acompanhando o retorno de David Mason em um mundo devastado e manipulado por corporações que usam o medo como arma.
Embora apresente momentos realmente intensos, a narrativa se afasta da identidade militar clássica da série. Isso pode causar estranhamento, mas também abre espaço para sequências criativas e visualmente marcantes. A vilã Emma Kagan, apesar de fria, funciona dentro da proposta corporativa que o jogo critica — mesmo que não seja memorável.
Além disso, a Treyarch acerta ao expandir a campanha com um inédito modo Endgame: um ambiente PvE de mundo aberto com progressão, missões de extração, inimigos desafiadores e recompensas especiais. É um acréscimo ousado, que amplia a longevidade do modo sem depender apenas da narrativa principal.
Zombies renasce com personalidade e dificuldade sob medida







O modo Zombies vive uma de suas melhores fases em anos. O novo mapa Cinzas dos Condenados mistura atmosfera sombria, áreas amplas e uma estrutura em forma de circuito, possibilitando um estilo de jogo mais fluido e estratégico.
Além disso, a “Wonder Vehicle” Ol’ Tessie traz um elemento totalmente novo à fórmula. Ela funciona como transporte, estação de upgrade e peça-chave de sobrevivência e pode ser destruída se o jogador cochilar. A sensação de perigo constante retorna com força, reforçada por novos inimigos, como a criatura Zursa, um urso-zumbi colossal que transforma qualquer round em um caos completo.
O mapa alterna terror, intensidade e nostalgia, com referências evidentes a Tranzit e elementos clássicos do modo. Para completar, o Zombies inclui:
- Modo Horda para quem prefere rounds tradicionais
- Sobrevivência na Vandorn Farm, ideal para partidas rápidas
- O futuro “Cursed Mode”, que promete transformar todo o mapa
Zombies volta a ser prioridade e isso fica claro desde o primeiro minuto.
O melhor multiplayer da Treyarch em anos
Se há um ponto onde Black Ops 7 brilha sem esforço, é no multiplayer. Depois de anos de reclamações, a Treyarch finalmente amenizou o SBMM rígido, o que gera lobbies mais variados, dinâmicos e imprevisíveis. A sensação de espontaneidade, perdida há tempos, retorna com força.
Além disso:
- O wall jump amplia possibilidades táticas, permitindo acessos verticais e movimentações mais plásticas.
- O aim assist ajustado exige mais precisão, mas mantém acessibilidade.
- Os mapas maiores e mais bem construídos resolvem problemas de ritmo e spawn.
- As armas apresentam variedade real, combinando clássicos como a M8A1 com novidades como a Echo 12.
- Scorestreaks futuristas, como o Gravemaker e o Rhino, trazem caos divertido sem quebrar o equilíbrio.
O resultado é um multiplayer rápido, agressivo e extremamente viciante — facilmente o ponto alto do jogo.
Vale a pena jogar Call of Duty: Black Ops 7?
Black Ops 7 não tem medo de arriscar. A campanha quebra tradições, o Zombies renasce com coragem e o multiplayer alcança um nível que a franquia não via há anos. Mesmo com tropeços, como a vilã pouco inspirada e missões abertas que nem sempre engrenam, BO7 prova que ainda existe espaço para evolução dentro de uma série tão consolidada.
No conjunto, é um dos CODs mais completos, divertidos e ambiciosos da última década — um título que deve manter a comunidade ocupada por muito tempo.
Nota: 9/10
Uma experiência sólida, cheia de conteúdo e com potencial para crescer ainda mais ao longo das temporadas.
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