
Finais de série e o peso da decepção

Quando o fim não corresponde à jornada
Quanto mais tempo passamos acompanhando uma série, mais difícil fica aceitar que ela acabou. Não importa se são três, cinco ou oito temporadas, quando uma história nos prende, criamos expectativas para o final. E é aí que começa o problema.
A lista de séries que decepcionaram no último episódio é grande. Game of Thrones talvez seja o caso mais falado dos últimos anos, mas não está sozinho. How I Met Your Mother causou revolta ao desconstruir tudo o que construiu ao longo das temporadas. Dexter teve um final tão criticado que anos depois ganhou uma tentativa de correção. Lost deixou muitos confusos e frustrados. Wandinha e 13 Reasons Why, por sua vez, dividiram opiniões mesmo com muito engajamento até o fim. A verdade é que todo final de série parece carregar a responsabilidade de ser perfeito, mesmo quando isso é quase impossível.

O apego aos personagens, as teorias criadas ao longo dos episódios, a ansiedade por respostas… tudo isso pesa. O público não quer só uma conclusão. Quer ser recompensado. Quer sentir que o tempo investido valeu a pena. Mas esse desejo nem sempre combina com o que os criadores planejaram. E quando isso acontece, a frustração aparece rápido.
Talvez o final nunca seja suficiente
Existe também um outro fator que é mais difícil de admitir: às vezes, a gente não quer que acabe. Mesmo quando a história já deu o que tinha que dar, mesmo quando a temporada parece arrastada. É difícil se despedir de personagens que acompanharam a gente por tanto tempo.
Mesmo assim, alguns finais funcionam. Breaking Bad é um dos exemplos mais lembrados quando o assunto é encerramento satisfatório. The Leftovers e BoJack Horseman também conseguiram terminar de forma coerente, emocionando sem tentar agradar todo mundo. São exceções. Mas talvez o que eles tenham feito de diferente seja justamente aceitar que não dá para amarrar tudo, e tudo bem.

O ponto é que nem todo final vai agradar. Mas isso não apaga o impacto da jornada. A decepção existe, mas também diz muito sobre o quanto aquela série foi importante para gente. No fim das contas, talvez odiar o final seja só mais uma forma de mostrar o quanto a gente se importou.










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