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O Maníaco do Parque | Crítica

O Maníaco do Parque | Crítica

O Maníaco do Parque” chegou ao Prime Video no último dia 18, cercado de expectativas por fãs de true crime. Dirigido por Mauricio Eça e roteirizado por LG Bayão, o filme aborda os crimes de Francisco de Assis Pereira, que nos anos 90 confessou 11 assassinatos e 23 ataques, sendo condenado por múltiplos crimes, incluindo estupro e homicídio. O caso, que aconteceu no Parque do Estado, em São Paulo, foi um dos mais brutais e midiáticos do final do século XX no Brasil.

Diferente de outras adaptações do gênero, o filme opta por contar a história a partir da perspectiva de Elena, uma jornalista fictícia interpretada por Giovanna Grigio. Essa escolha narrativa traz uma abordagem feminina, destacando o contexto machista da época, e evita glorificar o criminoso. A personagem serve como um filtro moral, se posicionando criticamente ao longo do processo investigativo, o que reflete a intenção dos criadores de não centralizar a narrativa no olhar do serial killer.

Silvero Pereira interpreta Francisco de Assis Pereira e entrega uma atuação marcada por nuances, retratando um personagem introspectivo e dissimulado. Suas expressões, que vão da humildade aparente à prepotência, ajudam a construir a complexidade do maníaco, enquanto Mel Lisboa, no papel de uma psicanalista, tenta explicar o comportamento de psicopatas, complementando a trama com uma análise psicológica. Contudo, a combinação entre as explicações e as atitudes do personagem de Silvero, em alguns momentos, parece contraditória.

O filme se destaca ao transitar entre as diferentes narrativas de seus protagonistas, revisitando o impacto midiático que o caso teve nos anos 90, incluindo uma participação especial de Gilberto Barros, representando o sensacionalismo da época. Com um foco claro no contexto social e na forma como as vítimas foram silenciadas pelo machismo estrutural, o longa reflete que, mesmo décadas depois, essa realidade ainda persiste.

“O Maníaco do Parque” acerta ao dar destaque às vítimas e ao criticar os valores sociais que contribuíram para a impunidade e a desvalorização de suas vidas. No entanto, enquanto o ativismo pelas vítimas é um ponto forte, o filme falha em certos aspectos narrativos e acredito que dificilmente se tornará uma referência em adaptações de true crime no Brasil.

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