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ENTREVISTA com Alexandre Costa, o jornalista que cruzou a África de norte a sul com sua bike.

ENTREVISTA com Alexandre Costa, o jornalista que cruzou a África de norte a sul com sua bike.


Para os apaixonados por aventura, ciclismo ou até para os sonhadores, hoje trago para vocês uma entrevista com Alexandre Costa Nascimento, autor do livro “Mais que um Leão por Dia”, que conta todo o processo do jornalista que cruzou a África de norte a sul com sua bike. “O livro trata exatamente disto: é um relato sobre todo o processo envolvendo minha participação no Tour d’Afrique, do começo (quando descobri a existência do TDA e decidi participar da Expedição) até o termino, na linha de chegada na Cidade do Cabo, após pedalar 12 mil quilômetros por 11 países africanos. Mas o livro não é apenas um relato do Tour ou um diário de viagem, é também um livro-reportagem que mostra uma face da África ainda desconhecida pela maioria e também uma narrativa da minha jornada pessoal em busca da superação dos próprios limites e dos desafios que surgiram a cada dia e a cada pedalada pelo continente“. Conta o autor.

De todos os participantes do Tour d’Afrique, Alexandre foi o primeiro e único a representar o Brasil. “Ter representado, pela primeira vez, a bandeira verde e amarela na maior aventura do mundo do ciclismo é algo que me enche de orgulho, assim como o fato de ser o primeiro representante de um país latino-americano no Tour d’Afrique“. Conta cheio de orgulho o jornalista que também concluiu todas as etapas da expedição. “A expedição ciclística pelo continente africano está para quem pedala assim como chegar ao cume do Monte Everest está para quem escala montanhas. Então, esse é um fato que dá uma satisfação íntima, pessoal, de se olhar para trás e saber que fiz algo grandioso. Em especial, por eu ter conseguido concluir o TDA com o status de EFI (Every Fabulous Inch), o que significa ter pedalado todas as etapas, do começo ao fim, sem nunca desistir – para efeito de comparação, o índice de sucesso do EFI é de 15% enquanto o de quem tenta escalar o Everest é o dobro; 30%. Mas, ficarei ainda mais feliz quando deixar de ser o único brasileiro e latino a ter vivido essa grande aventura: ver ciclistas brasileiros, argentinos, mexicanos e colombianos do Tour d’Afrique nos próximos anos para mim é tão importante quanto ter conquistado o EFI“.

Nessa jornada, o jornalista diz que não houve arrependimento, mas houve um momento, logo no início, nas etapas no Egito, em que ele chegou a se perguntar o que estava fazendo ali. O jornalista afirmar que inicialmente, teve um pouco de dificuldade de adaptação com o grupo em virtude da barreira do idioma, já que seu inglês não permitia aprofundar as relações interpessoais, mantendo os contatos e as conversas em um nível muito superficial. “Me senti um pouco sozinho, algo como: estou vivendo meu sonho, mas não consigo compartilhar minha alegria. Mas foi uma questão de dias até a língua destravar e este problema ser definitivamente superado. Mas arrependimento, não senti nem mesmo nos momentos mais difíceis da viagem, já que estava ali por minha própria vontade e a capacidade de adaptação e de superar os desafios é algo presente e constante em uma experiência como essa do Tour d’Afrique“. Conta o jornalista.

Alexandre também nos conta que foi o desejo de viver uma grande aventura que o fez participar do Tour d’Afrique. Ele diz que foi a oportunidade de fazer isso sobre uma bicicleta, na África, “um continente que sempre exerceu enorme fascínio sobre mim“, conta Alexandre, que teve o objetivo concreto de poder usar sua profissão, o jornalismo, para escrever um livro-reportagem a partir desta experiência toda.



Perguntamos como foi sair da “zona de conforto” e fazer essa exploração e quais foram as maiores dificuldade para Alexandre participar dessa expedição. Ele nos contou que há uma frase do Paulo Coelho que diz: “Se você pensa que a aventura é perigosa, eu sugiro que você experimente a rotina… Ela é mortal”. E quando decidiu participar do Tour d’Afrique, havia uma semana em que fora promovido no seu emprego, do cargo de repórter para o de editor, no jornal mais importante do estado do Paraná. Ele também nos disse que o casamento estava perfeito, em um momento que pese pequenas discussões eventuais por causa da louça suja na pia e de cuecas e meias no chão do banheiro! Mas havia algo faltando, que ninguém seria capaz de oferecer e que deveria ir buscar, lá na África, com a sua bicicleta. “Fiz uma aposta, com o risco de perder coisas que me são muito importantes. Mas a vida pode ser muito mais do que pagar prestações, tentar transmitir uma imagem de “sucesso pessoal” postando selfies nas redes sociais ou esperar o fim de semana chegar para ver a próxima rodada do campeonato brasileiro pela tevê a cabo. Viver uma aventura ou a comodidade da rotina é uma questão de fazer escolha. E cada um tem seu preço“. Conclui.

Para finalizar o bate papo, pedimos para Alexandre dar um conselho para aqueles que tem um sonho parecido ou aqueles que se inspiram no seu trabalho e ele disse: “Simplesmente: vá em frente e faça acontecer! Tome a decisão e, a partir de então, se dedique o quanto for preciso para transformar o sonho em realidade; do contrário, ele será apenas um sonho. Pague o preço que for preciso tendo em mente que você, em essência, não é seu emprego, seu carro ou os bens e marcas que você consome“. Finaliza o autor.

Essa entrevista fez repensar muitas coisas, me insipirou a ir atrás dos meus sonhos e concluir os meus objetivos sem medo, espero que tenha feito isso com você também. Em breve terá resenha do livro “Mais que um Leão por Dia“. =)

Por: Géssica Carvalho

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1 comentário

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Ana Carolina

Sinceramente, eu não consigo me imaginar embarcando numa aventura dessas! Primeiro porque eu não sei andar de bicicleta (o/) Segundo porque eu sou do tipo que optaria por cruzar a África de avião! Hahaha
Mas eu achei incrível a iniciativa e a coragem desse cara! A entrevista ficou muito legal, e obrigada por compartilhar com seus leitores uma história tão interessante.

http://eujovemdemais.blogspot.com.br/

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