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Revivals e remakes: a nostalgia virou inimiga?

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Revivals e remakes: a nostalgia virou inimiga?

A reprise de Vale Tudo na TV Globo reacendeu uma velha discussão entre os brasileiros sobre reviver obras clássicas. A novela de 1988, que voltou ao ar com grande audiência, tem dividido opiniões. Alguns recordam de maneira afetiva e entendem que as diferenças sempre existirão; outros consideram a reexibição desnecessária e comparam cada detalhe das cenas e dos atores, como vimos com as polêmicas desde a sua estreia. Essa dúvida é atemporal: a memória afetiva basta para suprir o desejo do público — ou são os remakes que realmente cumprem esse papel?

A nostalgia tem um grande poder. Rever uma série da infância ou um filme que marcou sua adolescência traz conforto e segurança. E a indústria sabe disso: apostar no que já deu certo atrai público com menos risco do que com novas invenções.

Fugindo um pouco das novelas, algumas produções mostram que é possível reinventar histórias antigas de forma criativa. Mad Max: Estrada da Fúria transformou um clássico dos anos 80 em um dos filmes mais aclamados da década e, convenhamos, merecidamente. Orgulho e Preconceito de 2005 conquistou fãs com uma abordagem intensa e delicada do clássico publicado em 1813. Duna (2021) superou adaptações anteriores com um visual fascinante e narrativa forte. Alguns exemplos mostram que revisitar o passado pode ser muito válido.

O sucesso de remakes não é apenas uma estratégia comercial, mesmo que, por si só, já dê o que falar. Ele reflete quem somos como público: buscamos familiaridade, mas também exigimos autenticidade. A nostalgia não é o problema. O problema está em repetir sem propósito, pois recontar uma história pode ser uma oportunidade de vê-la sob uma nova perspectiva. O passado pode (e deve) servir de inspiração, mas não pode ser a única direção.

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